Exposição sobre Jacobina e os Mucker fascina estudantes no Museu

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Museu Municipal Adolfo Evaldo Lindemeyer está com as exposições Os Mucker e Jacobina

18 de agosto de 2015
00:00

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Fotos: Julia Viana/Prefeitura de Sapiranga

Crédito da Notícia: Prefeitura de Sapiranga

O Museu Municipal Adolfo Evaldo Lindemeyer, de Sapiranga, está com as exposições Os Mucker e Jacobina que contam a história da líder religiosa e da batalha que teve seu término há 141 anos, no mês de agosto, no Morro Ferrabraz. As duas mostras são uma boa oportunidade para se conhecer e entender melhor o episódio que marca a história da cidade e que levanta curiosidade e polêmicas passado quase um século e meio. Escolas e a comunidade estão aproveitando para conferir informações deste conflito marcado por confrontos violentos e discussões que até hoje causam controvérsia.
Nesta semana, alunos do 3.º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Anita Lydia Wingert visitaram a mostra acompanhados pela professora Simone Laranjeira Scharlau. Guiados pela professora de História, as crianças conheceram mais sobre como era a vida dos colonizadores do município no século 19, suas rotinas e seus conflitos. Fascinadas pela história ocorrida na própria cidade, há muitos anos, as crianças ficaram atentas aos detalhes desta saga marcada por um confronto violento.
As duas exposições sobre o episódio são abertas ao público e estarão disponíveis até 10 de setembro, com entrada gratuita museu municipal, na Avenida Vinte de Setembro, 3675, Centro. A visitação pode ser feita de segunda à sexta-feira, das 8 horas às 11h30 e das 13 horas às 17h30, e também aos domingos, das 13h30 às 17h30. Para agendar visitas guiadas e obter mais informações o telefone é o 3959-1020.

OS MUCKER E JACOBINA
O desenvolvimento da colônia alemã na região do Vale do Sinos foi marcado por um episódio violento na segunda metade do século 19, a chamada Batalha dos Mucker, um conflito entre colonos no Morro Ferrabraz, que se arrastou de 1868 a 1874. O casal Jacobina Mentz e João Jorge Maurer protagonizou o episódio. Estabelecidos nas terras da encosta do Morro Ferrabraz, ele usava ervas para curar enfermidades e ela fazia preces. A fama de “curas milagrosas” do casal atraiu uma legião de fiéis e esta prática acabou sendo mal vista por parte dos colonos da localidade, que na época pertencia a São Leopoldo. Chamados de Mucker (algo como falso ou desonesto em alemão) por seus detratores, os seguidores de Jacobina se isolaram em uma espécie de seita no Ferrabraz, o que acirrou a divisão na colônia. Vieram abaixo-assinado, acusações, pressões na Justiça e no governo estadual contra os Mucker, que eram acusados de vários ataques na região. Iniciou-se então uma guerra sangrenta, violenta, que ficou conhecida como A Batalha dos Mucker. Casas comerciais e residências foram incendiadas, adultos e crianças morreram. A reta final do conflito se deu com a chegada das tropas de infantaria comandadas pelo coronel Genuíno Sampaio, que acabou morto, gerando uma violenta ofensiva final de tropas militares aos Mucker que foi encerrada em 2 de agosto de 1874, com a morte de Jacobina e de seus últimos seguidores.
Passado quase um século e meio, a história dos Mucker ganha novas leituras e a polêmica sobre o conflito ainda acende discussões em torno do episódio que, definitivamente, tornou-se um dos mais marcantes da história da colonização alemã no Vale do Sinos.